Covid-19: Conheça Nelson Teich o Novo Ministro da Saúde
Nelson
Teich é escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da
Saúde. O oncologista substitui Luiz Henrique Mandetta, que foi demitido após
semanas de embates públicos com o presidente.
Nelson
Luiz Sperle Teich é formado em Medicina pela Universidade Estadual do Rio de
Janeiro (UERJ), especialista em oncologia pelo Instituto Nacional do Câncer e
doutor em Ciências e economia da Saúde pela Universidade de York, no Reino
Unido.
Fundou
e presidiu o Grupo Clínicas Oncológicas Integradas (COI) entre 1990 e 2018. Foi
consultor da área de saúde da campanha de Bolsonaro à presidência em 2018.
Chegou a ser cotado ao Ministério da Saúde à época.
O
oncologista conta com apoio da classe médica e mantém boa relação com
empresários do setor da saúde. A expectativa é de que Teich traga dados que
destravem debates "politizados" sobre a covid-19.
Segundo
seu perfil no LinkedIn, atuou como conselheiro e consultor da Secretaria de
Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, atualmente
comandada por Denizar Vianna.
Vianna
e Teich já foram sócios e têm uma relação de proximidade. Nesta quinta-feira,
Mandetta sugeriu que Vianna poderia até compor a próxima gestão da pasta. O
atual ministro não mencionou o nome de Teich, mas afirmou que o oncologista é
um bom pesquisador, embora não conheça o SUS.
Em
um artigo publicado em 3 de abril no LinkedIn, o médico critica a
"polarização" entre a saúde e a economia. "Esse tipo de problema
é desastroso porque trata estratégias complementares e sinérgicas como se
fossem antagônicas. A situação foi conduzida de uma forma inadequada, como se
tivéssemos que fazer escolhas entre pessoas e dinheiro, entre pacientes e
empresas, entre o bem e o mal", escreveu.
Teich
não é defensor do isolamento vertical, em que apenas idosos e pessoas com
doenças graves são colocadas em quarentena. O modelo é defendido por Bolsonaro
e foi um dos principais fatores de desgaste entre presidente e o ministro
Mandetta, que apostou no isolamento horizontal.
Qual
é a opinião de Nelson Teich sobre o isolamento vertical?
Nelson
Teich publicou três artigos sobre o coronavírus em sua página pessoal no
LinkedIn. No texto mais recente, de 2 de abril, o oncologista defende o
isolamento horizontal como a "melhor estratégia no momento" no
combate à pandemia.
"Diante
da falta de informações detalhadas e completas do comportamento, da morbidade e
da letalidade da covid-19, e com a possibilidade do Sistema de Saúde não ser
capaz de absorver a demanda crescente de pacientes, a opção pelo isolamento
horizontal, onde toda a população que não executa atividades essenciais precisa
seguir medidas de distanciamento social, é a melhor estratégia no momento. Além
do impacto no cuidado dos pacientes, o isolamento horizontal é uma estratégia
que permite ganhar tempo para entender melhor a doença e para implantar medidas
que permitam a retomada econômica do país", escreveu Teich.
Teich
vê "fragilidades" no isolamento vertical, modelo defendido por
Bolsonaro em que apenas idosos e pessoas com doenças graves ficariam em
quarentena. O médico ressalta, no entanto, que nenhum dos modelos seria o ideal
e defende um "isolamento estratégico".
"Estamos
falando aqui do uso de testes em massa para covid-19 e de estratégias de
rastreamento e monitorização, algo que poderia ser rapidamente feito com o
auxílio das operadoras de telefonia celular", afirmou.
Qual
é a opinião de Nelson Teich sobre a cloroquina?
Em
um dos textos no LinkedIn, o oncologista menciona a cloroquina como uma
esperança no tratamento da doença, mas não se posiciona sobre a forma como a
substância deve ser usada.
Em
2016, em entrevista ao site Medscape, Teich criticou a liberação da venda da
fosfoetanolamina, que ficou conhecida como a "pílula do câncer", mas
disse que o uso de substâncias sem eficácia comprovada é um direito do
paciente.
"É
uma decisão política e populista que quebra um processo estruturado de
avaliação de medicamentos. Uma coisa, porém, precisa ficar clara: você, como
médico, está lá para orientar o paciente. Se ele quer fazer uso da substância é
um direito dele. (...) Usar algo que não tem comprovação científica é uma
escolha individual", afirmou o oncologista.
Teich,
no entanto, defende que o custo da aquisição de um medicamento sem comprovação
científica deve ser arcada pelo paciente.
fonte: https://www.terra.com.br/noticias/quem-e-nelson-teich-novo-ministro-da-saude-do-governo-bolsonaro,05a9edb56e0f1f0f2a961531b49cf68fn1vg9wgr.html
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