O Brasil Também é Quilombola
No imaginário nacional, é comum a associação dos quilombos
às aulas de História no colégio, a algo restrito ao passado, que teria
desaparecido do País com o fim da escravidão. Mas a verdade é que as chamadas
comunidades remanescentes de quilombos existem em praticamente todos os Estados
brasileiros. Levantamento da Fundação Palmares, do MinC (Ministério da Cultura)
mapeou 743 dessas comunidades. De acordo com outras fontes, o número total de
comunidades remanescentes de quilombos pode chegar a dois mil.
A dificuldade em se obter informações precisas e tornar
amplo o conhecimento da população sobre as comunidades remanescentes de
quilombos se deve, em grande parte, ao fato de elas terem permanecido isoladas
até muito recentemente. Esse isolamento fazia parte de uma estratégia que
garantiu a sobrevivência de grupos organizados com tradições e relações
territoriais próprias, formando, em suas especificidades, uma identidade étnica
e cultural que deve ser respeitada e preservada.
A garantia do acesso à terra, relacionada à identidade
étnica como condição essencial para a preservação dessas comunidades, tornou-se
uma forma de compensar a injustiça histórica cometida contra a população negra
no Brasil, aliando dignidade social à preservação do patrimônio cultural brasileiro
- tanto seus bens materiais como imateriais
Alterar as condições de vida nas comunidades remanescentes
de quilombos por meio da regularização da posse da terra, estimular o
desenvolvimento e apoiar suas associações representativas são objetivos
estratégicos que visam ao desenvolvimento sustentável, com garantia de que os
seus direitos sejam elaborados e também implementados.
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