A PERCA DA RAZÃO CULTURAL E O DESCAMINHO DA CULTURA NO TOCANTINS: O caso da FLIT em Porto Nacional.
A
proposta de descentralização da FLIT replicando-a em um formato menor pelos
municípios que compreende as regiões-gestões das DREs no Estado do Tocantis,a
principio se apresentava ao público envolvido: professores, artistas, artesões,
poetas, escritores, estudantes, cantadores,
comerciantes,etc.como uma excelente idéia, mas tudo ficou confuso quando se
colocou ou tentou colocar em prática a idéia, logo descoberto que mais era um
projeto de reinvenção da roda do que uma feira de literatura e valoração das
culturas locais, isto é, fazer diferente o que já foi feito em gestões
anteriores.Tudo continuou com o comando das principais ações do evento em Palmas
(contratação e escolha de artista para shows;contactos com editoras;aluguéis da
infra-estrutura, parceria com entidades públicas e privadas e etc.) só ficando
para o município sede a disposição das barracas de comida e bebidas, que aliás
o numero superava em muito os espaços de vendas de livros, e os serviços de
atendimentos aos altos os funcionários da SEDUC de Palmas, esses estavam bem
alojados em um barco de luxo ancorado no lago ao lado do bar Chicabana.
Mas para
que o leitor fique bem informado sobre o que achamos ser uma falsa descentralização
e uma falta de respeito para com nossa comunidade portuense, no que diz
respeito ao entendimento de que somos incapazes de organizar uma “Flitizinha” e
nos tutelarmos aos direcionamentos já bem viciados e centralizadores da
SEDUC/FUNDAÇÃO CULTURAL, em querer controlar tudo em Palmas, desconhecendo (porque não conhecem mesmo) as
diferentes identidades socioculturais de cada cidade do Tocantins. Porém as
atuais gestões parecem seguir cegamente as famigeradas e desastrosas gestões passadas replicando
suas políticas concentradoras,clientelistas,intransparentes e alopradas nos
setores mais importantes da nossa sociedade a educação e a cultura. Pontuamos
algumas criticas sobre a “Flitizinha” de Porto Nacional.
Infra-estruturas: instalaram duas tendas de médio porte por um preço
que ninguém sabe quanto custou, se acessar a pagina da SEDUC ou da FUNDÇÂO
CULTURAL não vai encontrar nada a esse
respeito. Em uma das tendas funcionou uma espécie de um auditório por onde
passou uma serie de eventos desconectado com nossa literatura, nossa musica, nossa
identidade. Por exemplo, jovens cantando musicas neo-sertanejas é um tremendo
desrespeito para com nossos músicos. A verdadeira musica tocantinense não tem nada
ver com esse tipo de canções de mau gosto. Nossa musica sofre influencia da
mistura do baião de Gonzaga com os ritmos afros dos tambores de sussa,da caixa
e das violas dos fuliões dos divinos e dos cantos indígenas.Outro mau exemplo
foi trazer uma banda de musica estilo fanfarra do Rio de Janeiro a um preço que
também não se sabe e desprezando a nossa “Furiosa”velha e experiente fanfarra
do Colégio CEM Florêncio Aires, que pelo que vimos é muito melhor em todos
quesitos apresentados pela a “convidada”
A outra tenda era a tenda dos livros parecia uma
outra, pois os vendedores esperavam ,quase que sonâmbulos, acontecer o milagre
das vendas que não houve.Também pudera os professores reclamavam que ainda na
tinham recebido o “indispensável vale compra” uma espécie de cartão só valido
pra gastar na FLIT. Por outro lado, as estandes eram nada atraentes, poucos
livros de auto ajuda de literatura infantil e alguns gatos pingados sobre
questões ambientais, não vimos nem um livro do Jorge Amado,Eli Brasiense, José
Lins do Rego e outros inúmeros bons escritores brasileiros. Fomos lá pra
comprar o livro Grandes Sertões Veredas de Guimarães Rosa, e pra nossa surpresa
a atendente ainda não tinha visto falar neste livro e muito menos no seu autor.
Assim aquelas espécies de “quitandas” de livro não chegou nem perto da demanda
qualitativa do consumo de boas literaturas que nossa comunidade portuense tem
por tradição adquirir, no intuito, e com um bom nível de sucesso, de
transformar sua juventude em bons e exigentes leitores.
Para os escritores da cidade não houve nem um espaço, embora
a DRE tenha comprometido com algumas entidades e alguns escritores e não
cumpriu, disseram que os chefões da SEDUC de Palmas não queriam estandes de
escritores locais por estes estar fora do mercado. Fizeram uma homenagem pífia
ao escritor Edvaldo Rodrigues e não ofereceram se quer um lugar para exposição
de suas oito obras,tentaram coloca-lo em uma barraca alugada de terceiro
totalmente fora dos padrões das instalações da feira e igualzinha as barracas
destinadas ao comercio de comidas e bebedeiras.
Shows
musicais: mais uma vez nos enfinharan de ouvido adentro a
voz estridente e já muito cansada de Genésio Cearense Tocantins, que como
sempre em Porto Nacional ele canta pra si mesmo, pois ninguém tem mais
paciência de ficar ouvindo aquelas velhas e enfadonhas latumias de canções com
forte conteúdos de goianidades, não somos mais goianos e nós portuense temos
artista músicos a altura pra nos representar seja aqui ou fora do pais como já
foi feito pelos Tambores do Tocantins, Mestre André, Mrs. Frog e outros, parem (Fundação) de querer escolher
o que queremos ouvir, já não basta as rádios com seus infindáveis programa
musicais recheados de musica apaixonadas e brega explícitos, a juventude
esclarecida não suporta mais. O principal destaque do enfadonho shouw de
Genésio foi a despercebida presença do velho sanfoneiro Antista (sem espaço na feira) que assistia
melancolicamente aquela peça que mais parecia uma tragédia greco-baiano,
sentado em uma cadeira de plástico preste a derruba-lo no fundo, também
melancólico, do palco.Pra vocês terem idéia do desrespeito com nossos artistas,
no folder oficial da feira não aparece nem um nome de artista portuense nem
mesmo dos apadrinhados da secretaria de cultura de Porto Nacional (Dos anjos,
amargo balanço, brega Ferreira, mona folha de mato e rebenta ê) esse grupo
tentou fazer uma apresentação “coletiva” misturando tudo no mesmo latão de lixo
da musica portuense, mas não conseguiram pois apareceu não sei de onde (Palmas)
convidado por não sei quem (Fundação cultural)
um tal de Marcula Avenida e botou gosto ruim no que já não prestava,
dizendo que ia tocar de qualquer jeito, e ai foi um quebra-quebra um
xinga-xinga,um empurra-empura,no fim dessa contenda, AVENIDA o valentão
protegido, fez seu show interpretativo pois não cantou nem uma musica de sua
autoria, talvez a FLIT possa ter problemas com o ECAD por permitir execução de musica
de compositores reconhecidos nacionalmente sem recolher as devidas taxas ao
órgão competente. Resultado, depois da forçosa apresentação de AVENIDA nem o
amargo balanço e nem o rebenta ê quiseram mais tocar, abandonaram o palco que
já não tinha mais ninguém pra ouvi-los e foram embora pra suas casas com o
miséro ”cachê-coletivo”, oferecido, talvez como consolo, pelo aloprado
secretario de cultura do município.
Veja a que ponto chegou nossa cultura isso é culpa das
autoridade incompetentes que insistem em misturar política com educação e
cultura, saibam os senhores que são setores de nossa sociedade que nunca devem
ser misturado, pois como diz um velho ditado portuense: “nunca deve se confundir
conjuntura com ditadura”, e é isso que os senhores vem fazendo “confundindo”
coisas inconfundíveis.
Sobre o show de Geraldo Azevedo; ele não merece ser
envolvido nessa avalanche de incompetência e vaidades alopradas, que foi a “Flitizinha” de Porto. Salve
os poetas de cordel, que também não são coisas de nossa região, mas salve por
ser nossos vizinhos.
Porto Nacional, Maio de 2012, MOVIMENTO JUVENTUDE CONSCIENTE
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